O Growth Hacking é um conceito muito utilizado no marketing digital. Neste blog, você entenderá o seu significado e suas aplicações no dia a dia das empresas.
O que é Growth Hacking?
A palavra “growth” vem do verbo inglês “to grow” que significa crescer e a palavra “hacking”, vem da expressão “hacker” que é definido por pessoas que têm um grande domínio em tecnologia e computação, mas que nem sempre usam isso para o bem.
Muitos hackers invadem sistemas e acabam roubando dados importantes. Porém, nesse caso temos alguém que sabe usar a tecnologia para crescer nos negócios.
Sobre o que é Growth Hacking, segundo Renan Caixeiro, Cofundador e Diretor da E-Dialog:
“Growth Hacking é uma técnica de marketing que usa criatividade e dados (marketing e programação) para escalar exponencialmente o crescimento”
Para Sean Ellis, o criador do termo em 2010, o profissional de “Growth Hacker” é uma pessoa cujo o foco é sempre o crescimento. Ou seja, um bom profissional de Growth Hacking precisa saber aliar o marketing e a programação para ajudar no crescimento da empresa.
Um bom “Growth Hacker” consegue analisar dados de maneira dinâmica e ter ideias e soluções a partir dos mesmos. Por exemplo, com ajuda de algumas ferramentas e muita análise, o profissional consegue aumentar as visitas do site, crescer a lista de leads, gerar maiores oportunidades de vendas, entre outros benefícios.
Confira no vídeo abaixo mais detalhes sobre o que é Growth Hacking e o que faz um Growth Hacker:
Como o termo Growth Hacking foi criado?
Quem criou a expressão foi o fundador do portal GrowthHackers, Sean Ellis. O profissional era famoso entre as startups pela habilidade de alavancá-las no mercado. Empreendedores cujo objetivo era fazer o negócio online crescer de forma rápida procuravam por seus serviços.
O especialista cumpria com o prometido, organizava os processos da firma para que o sucesso continuasse quando ele deixasse o trabalho. Porém, a questão que gerava muitas dúvidas nas empresas era: quem vai ser o responsável por executar essas tarefas e dar continuidade ao serviço?
As empresas precisavam de profissionais de marketing qualificados para tal função. Os métodos tradicionais já não atendiam à necessidade de crescimento cada vez mais acelerado das organizações. Com isso, o termo Growth Hacking surgiu, assim como suas especificações.
3 dicas para começar o Growth Hacking na sua empresa
1. Defina um objetivo palpável
Objetivo: Crescer minha base de e-mails.
Resultado: conseguir 50 assinantes na lista de e-mails por dia.
A definição de objetivos pode ser feita utilizando a técnica criada pelo Google de OKR, Objective and Key Results.
Você lista um objetivo macro (qualitativo) e resultados-chave/entregáveis com indicadores. No Google, eles usam essa técnica e traçam objetivos a cada 3 meses – para cada área, para cada colaborador e para cada projeto.
2. Use os dados para ver o resultado
Aí é a hora de você usar o Google Analytics ou, então, outras ferramentas que aferem estatísticas. Quanto mais dados você tiver, melhor – desde que os use para OTIMIZAR.
O trabalho de um Growth Hacker, acima de tudo, é otimizar tudo que vê pela frente para ter maiores taxas de conversão e melhores leads.
3. Comece a alavancar a partir da própria rede
A melhor maneira de iniciar é com contatos próximos, amigos e família. Sabe quando você não tem grana pra divulgar algo e coloca na sua rede social pedindo pros amigos compartilhar? Você já faz Growth Hacking (ainda que de forma bem rústica).
Uma dica de como um Growth Hacker agiria nesse caso: pedir aos amigos “compartilhe aqui e se alguém vier através da sua indicação, eu te dou 10 reais de crédito”. É exatamente isso que fez o Dropbox, por exemplo.
Muitas pessoas acabam fazendo Growth Hacking no dia a dia sem perceber. Essa é uma alternativa muito usada por startups que têm poucos recursos e precisam crescer rápido.
Exemplos de estratégias de Growth Hacking
E quais são as principais estratégias de growth usadas pelos profissionais do mercado? Elencamos algumas das mais comuns a seguir, confira:
1. Marketing de referência
O marketing de referência traz um benefício mútuo para marcas e clientes. Com ele, os usuários ganham um benefício no uso de uma solução caso compartilhem alguma promoção com os amigos e esses também assinem o serviço.
Parece familiar? É porque o marketing de referência é comum mesmo fora do marketing digital. Academias fazem muitas promoções assim, como “Traga um amigo e ganhe um mês grátis”.
No digital, Paypal, Dropbox e Uber usaram esse modelo de indicações para escalar o volume de usuários em sua base.
O modelo boca a boca tem valor porque une alguns gatilhos mentais importantes: valor social e reciprocidade. Com o primeiro, seu cliente se destaca e ganha mérito entre seus pares ao oferecer um tipo de valor ou benefício com seu produto ou serviço.
No segundo, está mais predisposto a realizar a ação pedida já que sua empresa está oferecendo algo em troca que tenha um valor igual ou superior.
Apesar de parecer milagrosa e muito eficiente, esse tipo de campanha precisa ser bem estruturada para garantir uma base de leads e clientes que realmente faça sentido para sua marca.
– Leia também: UGC (User-Generated Content): o que é e como usá-lo para vender mais
2. Marketing de Conteúdo
Na internet atual, o conteúdo é lei. E uma maneira de garantir resultados excelentes com baixo investimento é através do marketing de conteúdo com artigos de blog e publicações para redes sociais.
Enquanto as redes possuem um tempo de vida útil para as publicações muito curtas, também são capazes de escalar rapidamente conteúdos virais (em especial os vídeos).
Por outro lado, os blogs demoram a ranquear, mas atraem inúmeros acessos a médio e longo prazo com uma boa otimização de SEO e estudo de palavras-chave.
Assim, ambos podem, juntos, trazer grandes resultados na geração de leads e oportunidades para sua marca caso sejam bem trabalhados.
Publicações virais podem gerar um posicionamento de marca mais amplo para uma nova base, apresentando suas soluções, enquanto os blogs irão atrair pessoas que já estão buscando maneiras de solucionar os próprios problemas.
– Leia também: Conteúdo evergreen: o que é, tipos + 5 dicas de como produzi-lo
3. Princípio da escassez
É uma verdade já bem conhecida pela psicologia de que as pessoas se interessam muito por coisas limitadas. O gatilho de escassez (ou princípio da escassez) trabalha essa compulsão pelo que é reduzido para motivar aquisições.
O Nubank é um conhecido usuário dessa prática: primeiro liberando o cartão apenas para quem fosse convidado e tivesse alguma recomendação e só depois de anos tendo amplo acesso a todos os usuários.
Mas essa não é a única maneira de gerar conversões com o princípio da escassez. Quer aumentar as conversões em uma landing page de material rico? Ponha um contador regressivo no alto da página dizendo que ela vai sumir em X horas. Precisando aumentar o número de inscritos no seu evento? Diga que restam X vagas disponíveis e as pessoas já estão comprando.
Obviamente, o X acima precisa ser substituído por um valor pequeno que estimule as pessoas a tomarem uma ação imediata.
No geral, essa estratégia traz resultados muito melhores que outros gatilhos para o mesmo conteúdo.
Cases de sucesso de Growth Hacking
A Resultados Digitais publicou 9 cases de Growth Hacking vindos direto do RD Summit.
Em sua palestra sobre o tema no evento, o profissional Gabriel Costa propôs um desafio. As empresas presentes teriam 30 dias para executarem estratégias de Growth Hacking que poderiam impulsionar o crescimento das mesmas. Com os resultados enviados, ele selecionou seis cases para mostrar no blog.
Vamos mostrar aqui dois cases bastante interessantes, que mostram que não é necessário um grande orçamento para o resultado acima da média. Porém, vale entrar no blog da empresa para conferir os outros exemplos.
1. Adeus Rotina
A empresa é um clube de assinatura que envia mensalmente uma caixa com uma temática surpresa com dicas, brincadeiras e produtos eróticos para casais saírem da rotina. O relacionamento com o cliente é satisfatório, já que o sentimento de empatia é despertado pelo fato de o negócio ajudar os consumidores a serem mais felizes no relacionamento.
Estratégia 1
No sul do país, um dos programas de rádio com maior audiência se chama “Pretinho Básico”. A atração tem um quadro que anuncia vagas de empresa e Maicon, fundador do Adeus Rotina, enviou um texto para os radialistas com uma oportunidade de emprego na startup. Ao mesmo tempo, o anúncio divulgava fortemente o clube de assinaturas. Enquanto a propaganda neste veículo pode chegar a 50 mil reais, o empreendedor não gastou nada com a ação. Ouça a ação:
O resultado foi não só o recebimento de diversos currículos, como também diversas assinaturas no clube. Maicon conseguiu ainda testar o retorno desse programa para o investimento em anúncios futuros.
Estratégia 2
Os influenciadores digitais são meios muito usados para a divulgação de produtos e serviços. Essa estratégia de marketing digital foi usada pelo Adeus Rotina: a marca enviou kits de mercadorias para produtores de conteúdo com o perfil desejado. Um deles foi o portal Diva Depressão, que fez um texto mostrando o presente e divulgando a empresa.
2. Daksa
A Daksa é uma agência com especialização em tecnologia e inovação. Seus projetos englobam desde ações de Marketing Digital até desenvolvimento de sistemas.
Estratégias utilizadas
A empresa focou na experiência do usuário do site. Para aprimorar essa questão, a Daksa investiu no seguinte:
- Site responsivo;
- Inserção de Call to Action em todas as páginas;
- Criação de uma página para cada serviço (foco em SEO e venda);
- Todos os formulários estão inserindo os novos leads em um fluxo específico;
- Inclusão do pop-up (RD Station) ao tentar sair da página;
- Instalação do chatbot para atendimento e recebimento de solicitações simples.
As consequências foram muito positivas, já que a empresa aumentou em 40% a quantidade de leads, que resultaram em diversas vendas, economizou em tempo e equipe, já que o diálogo com o chatbot foi útil para os seguidores, e, com a melhor experiência dos usuários no site, o time comercial obteve mais dados dos internautas para executar ações.